sábado, 26 de outubro de 2013

Animais de laboratório

Semana passada um grupo de manifestantes pelos direitos dos animais invadiu as instalações de um laboratório que pesquisa e fabrica remédios para seres humanos (Instituto Royal). Ocorreu alí o resgate de uns 150 cães da raça beagle, que eram usados como cobaias para os mais diversos testes com drogas. Aparecem muitas visões sobre a questão, arrisco-me com uma.
Na nossa cultura de brasileiros - romanos tardios como falou Darcy Ribeiro - o cachorro não é alimento, e por aqui caem as posições extremas de gente que fala que se não pode matar cachorro não pode matar galinha, bode, porco ou boi. Ora este últimos fazem parte de nossa alimentação desde a formação de nosso povo. Eu acho uma putaria comer cachorro, mas não iria hostilizar vietnamitas por isso, lá faz parte da cultura deles e, nossos índios da Amazônia também comiam cachorros. No lindo filme "Dança com Lobos", o chefe Dez Ursos fala sobre a simplicidade de ser feliz: "um cobertor quente numa noite de inverno à beira da fogueira, um cozido de cachorro feito por minha mulher."
Bom, não posso passar ao largo de princípios, e aqui é o caso onde os direitos da natureza devem ser observados como algo muito maior que os direitos do homem, parte dessa natureza.
O Instituto Royal, uma oscip, postou na web uma nota se justificando:
Diz que "é um dos centros de referência no país para pesquisas em fármacos. Funciona desde 2007 e tem como objetivo principal o desenvolvimento de estudos inovadores em prol de vidas humanas, realizando testes pré-clínicos para medicamentos destinados ao tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia entre outros." Reafirma "que os animais utilizados nas pesquisas sempre foram tratados com carinho, cuidado e respeito, dentro do bem estar animal etc etc". Tudo mentira, o que se extrai das imagens dos animais à hora do resgate.
Em Portugal, no início dos anos 90, lugares como a foz de rios - Aveiro, Mondego -  exalavam fedor tão cruel que contaminava o trem que passava a quilometros. Eram fábricas de celulose avacalhando tudo, sem nenhum pudor. Portugal era o irmão pobre da então Europa dos Doze e alí era a área de serviço da Europa e não existia pecado. No caso dos beagles é a mesma coisa, com o agravante de ferir nossa sensibilidade cultural ao torturarem animais tão ligados a nós: os cachorros.

Desequilíbrio canino

A Minha filha tem um sheltie um ano mais jovem que Sanjaya. O nome dele de registro é Sir Murray, mas é tratado por Loup. É um animal muito bonito, longilíneo, blue merle e devido a cor de seus pelos eu o trato por VOVÔ. A Minha filha e o marido descobriram que "Paris está em Chamas" e surgiu uma viagem à Cidade Luz. Resumindo, o Vovô ficou junto ao Sanjaya. San é um cão pacato (cachorro de velho), muito disciplinado, mas a situação tá complicada porque o Loup é muito Largo, confiado, come a reação do San, bebe da sua água, quer tomar todas as atenções e por último já está tentando sodomizar o Sanjaya.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Flechais


Essa gramínea alta, que se assemelha a cana de açúcar, forma os flechais. Flechais são plantações feitas pelos índios da Amazônia - os ribeirinhos ainda utilizam o recurso - de onde aproveitam os pendões das flores, que são longos e leves, para suas flechas, tanta para a pesca como para a caça, ou a guerra. Esse flechal lindo fica no Mundo de Sanjaya, no baixo Solimões.




quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Visões do verão no Mundo de Sanjaya

Quintal de várzea, em 1º plano cristas de galo, após, pinhão roxo e demais ervas medicinais

Detalhe de quintal de várzea, com horta ao fundo

Árvore de camu-camu, considerada a fruta com maior teor de vitamina C

Detalhe do ramo de camu-camu

Frutos de camu-camu

Pimentas cumari, fresquinhas

Ovos de tracajá

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Lembrando Francisco de Assis

"Não te envergonhes se, às vezes, os animais estejam mais próximos de ti do que pessoas. Eles também são teus irmãos."

Homenagem a Manduka com Dersu Usala

Fala o preceptor de Sanjaya:

Quando vi a pela película de Akira Kurosawa, dos idos de 1975, o meu tio Manduka ainda caminhava entre nós, no fim do outono da vida. Em tudo a figura do Dersu lembrava o Manduka.
Era meu tio-avô, irmão da mãe de minha mãe, nunca casou, era celibatário por opção, homem muito bonito, pequeno, de uma cultura que ainda não encontrei igual, foi um dos seres humanos mais sábios que me deparei na vida, embora não soubesse ler nem escrever, mas sabia das chuvas e dos verões, entendia a mensagem dos cantos dos pássaros, respeitava os limites impostos pela mata, tecia com rapidez um jamaxim, um tupé, um panaco, um paneiro, armava um mutá em minutos.
O Manduka tratava com índios bravios dos afluentes do Rio Tapauá e do Rio Mucuim, passava meses entre eles, também trabalhou anos com japoneses emigrados que não falavam uma palavra de português, era amigo deles, comia peixe cru com eles. Ele não caçava nem pescava, mas era capaz de passar meses na mata, e saia de lá bem alimentado, com frutas, palmito, raízes e ovos.
Meu doce Tio deixou poucos rastros, numa época onde fotografia era coisa rara.



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Tributo a um dogo argentino: Bruce

Esse lindo perro é Bruce, um dogo argentino de estirpe, animal belo que herdou a postura e o temperamento equilibrado do pai, nosso amado Bergh (Porthos). O Bruce morreu essa semana aos treze anos, era filho da primeira ninhada que seu pai foi padreador. Bruce viveu e morreu cercado de carinho, respeito e imposição de limites. Fez parte da Família Frazão, em Manaus.