quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Capitiana

Em 1974 fui a Roraima pela recém aberta estrada BR-174, que liga Manaus a Boa Vista. Então, viajar naquelas condições era uma grande aventura, estradas de barro, índios arredios, militares desconfiados.
Nas fazendas que visitamos quase sempre havia uma rede de couro armada na varanda. Era a capitiana.
A peça só tem nós nos punhos, o seu enredamento é feito por cortes de faca em uma única peça de couro cru de bovinos, o que é um dos seus raros pontos fracos, pois cachorros pedem mascar o couro abrindo buracos.
Quanto mais velha a capitiana mais confortável ela é, vai tomando o padrão de quem mais deita nela, vira um chamego. Nos primeiros meses de uso o camarada levanta fedendo a sebo, mas com o tempo passa... ou começa a gosta do cheiro do sebo.
Um casal amigo me deu esse raro presente, feito de encomenda para mim. Tem preço uma coisa dessas?!
Essa capitiana da foto é de um blog do mesmo nome, pois a minha é de um pelame mais escuro e ainda não foi armada, lá no Mundo de Sanjaya.

domingo, 17 de agosto de 2014

Temporal no Rio Solimões

Em agosto/setembro, há temporais rápidos e violentos na região do baixo Rio Solimões. As nuvens e o vento mudam em poucos minutos. A sequência abaixo ocorreu em menos de cinco minutos.

As nuvens começam a fechar rio abaixo.

O vento açoita a mungubeira.

A mungubeira resiste.

A nuvens começam a fechar.

O temporal se instala, o céu e rio mudam de cor.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Silves encanta.

Essa a visão quando se chega a Silves, tem que atravessar - agora na cheia - uns trezentos metros de água profunda, pois a cidade fica numa ilha no meio de um lago.

Orla de Silves, na cheia.

As cinco da manhã começam a chegar os feirantes, encostam a canoa e ali perto mesmo, vendem farinha de mandioca, peixe, frutas.

Curioso, todos os peixes tinham o mesmo valor de peso, o kilo qualquer um custava R$3,00 (três reais).

O boi foi morto às três da manhã e às cinco já estava pronto para a venda. O transporte dos quartos com o couro é para proteger a carne de sujeira.

Tchau Silves!

A travessia, numa balsa precária onde cabem apenas 4 carros, empurrada por um barco a motor... e orações.

Visão de Itapiranga


Itapiranga fica no médio rio Amazonas, esse magnífico curso d'água que se vê (rio acima) não é o Rio Amazonas e sim um braço dele, o chamado Paraná de Itapiranga, ou seja, as matas à frente estão em uma ilha.

Uma visão rio abaixo.

Visão da frente de Itapiranga.

Avenida Parque em Itacoatiara

A encantadora Avenida Parque na cidade de Iatacoatiara, no Amazonas. A via atravessa toda a cidade.

Pescaria de beira de estrada: Ponte Rio Negro

Esse lugar lindo fica na cabeça da Ponte Rio Negro, que leva de Manaus a Iranduba (Am-70). Fins de semana, uns desajeitados pescadores tentam pescar tucunarés e acarás.

Igapó belíssimo e ainda preservado.

Visão da cabeça da Ponte Rio Negro e o magnífico Rio.

sábado, 2 de agosto de 2014

No mundo de Sanjaya meninos trabalham

Baixo Solimões, as duas crianças foram de canoa movida a motor rabeta, buscar os peixes malhados na "caçoeira", veio uma boa leva de aracus maravilhosos...e saborosos. Mas no interior do Amazonas meninos trabalham sim, e devem trabalhar, é um aprendizado com o grande rio que comanda a vida por aqui. Sem sacanear ninguém, entendo que eles acham pescar mais prazeroso que ficar jogando games num sofá.

A magia de um filhote de cachorro...o pesadelo que pode ocorrer

Um domingo no estacionamento de um shopping em Manaus algumas pessoas montaram uma feirinha de filhotes. Fiquei surpreso com a qualidade dos animais, quase todos de excelente aparência, mas chamou minha atenção esse lindo basset hound, que acredito ter uns quatro meses. 
Meus pais criavam muitos cães, animais de trabalho no seringal, meu amado tio Crispim criava muitos cães somente para a caça, ele mesmo fazia a seleção, só caçavam porcos do mato e veados, se o animal perseguisse pacas ou cotias era descartado, pois meu tio vivia em um castanhal e esses bichos são plantadores naturais de castanha do Brasil.
Já tive muitos cães, um SRD lindo, o Joly, cão de belo porte e cor, inteligência superior; criei pastores alemães, filas brasileiros, Dobermans, cockers spaniel e dogos argentinos...agora dividimos nossa existência com Sanjaya, fascinante sheltie.
Uma ocasião a Dara, deu a luz a grande ninhada de doguinhos. Aos quatro e cinco meses eles ficam belíssimos e tive que vender os animais, usei jornais, internet. Uma cadelinha mais mirrada foi criada não pela mãe mas por minha filha, ficou por último e revelou-se o mais lindo animal da ninhada, não tinha problemas de pele (recorrente nos dogos), muito interativa e doce com outros cães (característica rara nas fêmeas dogo, muito beligerantes). Um antigo conhecido da família nos visitou e o filho dele na pré-adolescência queria a cadela a qualquer custo, o garoto fazia tratamento por alguma coisa e o pai entendia ser a cadela um arrimo para a melhora do filho, fiquei comovido, não vendi, dei a cadela de presente.
Após quinze dias minha filha resolveu fazer uma visita à perrinha, ela estava amarrada num galinheiro junto com galinhas, a pele cheia de ferimentos, magra e doente. Minha filha nem pediu licença, tomou a perra nos braços e trouxe de volta para casa.