O Bergh era um cachorro resolvido, tinha personalid..., perdão, cachorralidade. Quando ele foi morar no sítio, lá em Portobela, nas margens do Solimões, caiu de amores pelo Rio e ia todas as manhãs molhar suas patas e sentir os cheiros que a manhã fresca trazia por cima daquelas águas barrentas. Por muitas vezes pescadores ancoravam canoas para fazer um assado e ao receberem aquela visita branca, sumiam e deixavam os peixes para o Bergh (que só comia os assados).
Quando um animal fazia qualquer ruído na mata ou no campo, o Bergh saia de fininho, sem fazer alarido e ia conferir, às vezes dava pra escutar os ruídos da escaramuça, por outras ocasiões só víamos ele voltar com a cara suja de sangue, da vítima.
Por duas ocasiões foram necessários vários minutos para extrair os muitos espinhos de cuandu (porco-espinho) em toda a face do Bergh, inclusive no palato de sua imensa boca.
Ainda que branco, o Bergh sentia muito o calor amazônico e nos verões andava mais de 800 metros - só - para chegar ao lago que fica nos fundos do terreno e ficava deitado na água, apenas a cabeça de fora. Detalhe, o lago fervilha de jacarés.
Bergão, saudades!
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