segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sanjaya e a foto emblemática de 2012

Rio Purus, Estado do Acre, Município de Santa Rosa do Purus, na cheia de 2012 que fez seres humanos conviverem junto a jacarés, sucurijus e candirus. E por Eles só TUPANA!

Neymar?


sábado, 29 de dezembro de 2012

Sanjaya reacende Paulo de Tarso e a Caridade


A escrita de Paulo de Tarso é poética. E aqui talvez, a mais bela das suas poesias - o capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios - leitura bem oportuna no final de um ano em que a imagem acima - de fevereiro - mostra mulher afegã contemplando o corpo do filho de 3 meses que morreu congelado em campo de refugiados em Cabul.


"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência e ainda que eu tenha toda a fé, de tal modo que remova montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens e ainda que eu entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é paciente, bondosa é a caridade, não ferve de inveja, não se ostenta, não se orgulha, nada faz de inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo aguenta. A caridade jamais acaba. As profecias serão abolidas, as línguas cessarão e a ciência será abolida. Pois o nosso conhecimento é fragmentário e fragmentária é também a nossa profecia. Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será abolido. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei o que era próprio de criança. Agora vemos como num espelho, de maneira enigmática; depois veremos face a face; agora conheço de modo fragmentário; depois reconhecerei como fui reconhecido. Agora permanecem a fé, a esperança, a caridade, estas três; mas a maior delas é a caridade."

Sanjaya reclama tratamento isonômico

Na foto piratas somalis sob custódia de soldados americanos. Aqui são piratas porque tiveram o topete de atacar embarcações de americanos, gente que impõem a pax neste espaco-tempo. Nas águas dos rios da Amazônia, desde priscas eras, também temos salteadores, só que por aqui, o tratamento é uma baixaria, são chamados de barrigas d'água, sem nenhum toque romântico. Pergunto: qual aventura  deriva de ser vítima de um ataque de barrigas d'água?

Amigo para todas as horas

Cãolega espanico protestando contra cortes do governo, em agosto de 2012
 (foto de Samuel Aranda p/ The New York Times)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Imagem do mundo de Sanjaya: manga haden


Começa a safra de manga haden no Mundo de Sanjaya

Imagem do mundo de Sanjaya : rambutã


Começa a safra de rambutã no mundo de Sanjaya

O natal na visão de um cachorro




Na ótica de cão de companhia o evento comemorado no dia 25 de dezembro não tem nenhuma importância, mas isso também ocorre para a maior parcela da humanidade, pois budistas, islamitas, indus, só para falar de grandes religiões, não cultuam os dogmas cristãos, lógico. Ainda, a imensa maioria dos cristãos usa o natal só para trocar presentes, ter uma ceia diferenciada, folga do trabalho e atulhar o FACEBOOK.
Os cães de companhia que vivem em famílias de boas condições econômicas percebem o natal pela movimentação de pessoas, cheiros de assados, empurrões que levam para sair do caminho, porque não há – pelo menos que eu lembre – uma boa menção aos cachorros nos quatro códices da cristandade, eles têm eleger um deus próprio, porque o Deus Jesus não lembrou deles. Sugiro, para não perder tempo, o nome de AMAROK, o deus lobo dos inuites.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Dia de Sanjaya: 14 meses


No dia dezenove de dezembro Sanjaya completou 14 meses de nascimento. Ficou um cão muito bonito, também é inteligente e afetuoso, não dá trabalho com sujeira e apesar de muito peludo pouco solta pelos, não impõe temores de morder crianças. Ele tem umas peculiaridades em relação aos demais cães criados por seu preceptor, pois gosta mais de frutas que de ração, tendo preferência por mangas, melões, melancias e uvas. Quando sai de uma casa para outra (apartamento e sítio) é muito reservado, preferindo mesmo ficar no carro. Nos restaurantes que não criam embaraço à sua presença comporta-se com a maior discrição. No sítio - a sua dacha - há porcos e carneiros mas Sanjaya tem se mostrado indiferente e ainda não despertou sua aptidão de pastor.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sanjaya resgata: Lope de Aguirre


A história escrita pelo espanhois mostra Lope de Aguirre com um louco sanguinário, traidor e pervertido, contudo, o zoom do tempo dá a possibilidade de outras leituras e, de antemão, não deixa de ser admirável um homem que envia três cartas ao rei de Espanha se dizendo a cólera de Deus, que rompe com o servilhismo da época e funda - nas Américas - o primeiro país independente, embora de efêmera existência. Ainda, era sabedor, como soldado, da sina que o esperava - ser passado nas armas - como foi (esquartejado e jogado aos cães) mas teve o topete de finalizar sua última carta  -“estoy lastimado y manco de mis miembros em tu servicio, y mis compañeros viejos y cansados em lo mismo”  - assinando:
                       “yo rebelde  hasta la muerte por tu ingratitud: Lope de Aguirre, el Pelegrino.”


"Yo no niego, ni menos todos estos señores que aquí están, que nos salimos del Perú para el Río del Marañón a descubrir y poblar, dellos cojos dellos sanos por los muchos trabajos que hemos pasado en el Perú, y cierto a hallar tierra por miserable que fuera, paráramos, por dar descanso a estos tristes cuerpos que están con más costurones que ropas de romero, mas a falta de lo que digo y muchos trabajos que hemos pasado, hacemos cuenta que vivimos de gracia, según el río y el mar y el hambre nos han amenazado con la muerte, y así, los que vinieron contra nosotros hagan cuenta que vienen a pelear contra los espíritus de los hombres muertos."

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sanjaya o cavaleiro jaguar e o fim do mundo


Como um lord guerreiro jaguar, Sanjaya evita polêmicas históricas e tampouco ingressa pelo realismo fantástico. Assim, continua a viver cada dia como sendo o último, tendo a certeza da morte por companheira, à distância de uma pata do seu lado esquerdo, para tanto apagou sua história pessoal e é indiferente a ser bom ou mal, e tampouco se preocupa com sua imagem no porvir.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Sanjaya recomenda: Jiddu Krishnamurti



Jiddu Krishnamurti nasceu na Índia em 1895 e morreu em 1986, mestre extraordinário e descomprometido. Suas palestras e escritos não se ligam a nenhuma religião específica nem pertencem ao Oriente ou ao Ocidente, mas ao mundo.

Durante sua existência, foi rejeitando o estatuto de guia espiritual que tentaram atribuir-lhe. Atraiu grandes audiências por todo o mundo, recusando qualquer autoridade, não aceitando discípulos.

O cerne do seu ensinamento consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade só pode acontecer através da transformação da consciência individual.

"Podemos ir longe, se começarmos de muito perto. Em geral começamos pelo mais distante, o "supremo princípio", "o maior ideal", e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamento imaginativo.
Mas quando partimos de muito perto, do mais perto, que é nós, então o mundo inteiro está aberto -- pois nós somos o mundo.
Temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo."

Conto do Mundo de Sanjaya



O Japó Dourado

Toda manhã o japó dourado fazia seu lanche matinal no velho mamoeiro do campo, que se mantinha ainda robusto ao lado de uma abandonada privada dos homens.

O japó dourado comia os mamões maduros e derrubava as flores do velho mamoeiro. Terminava por levar, no papo, mamão amassado para os seus filhotes pelados, que aguardavam o pai, dentro do ninho de capim em forma de meia, pendurado no alto da samaúma.

Um dia, quando o japó terminou de comer, o chão ficou branco de flor de mamoeiro. O velho mamoeiro chorou silencioso e suas lágrimas da cor de leite escorreram pelas feridas abertas nos talos quebrados.

Tupana ficou penalizado e deu voz ao mamoeiro, para falar na língua dos japós. No dia seguinte, quando o japó dourado pousou em um dos talos, e antes de bicar um grande mamão de corda que começava a amarelar, o mamoeiro falou:

- Japó de penas douradas, da cor de meus mamões maduros no verão, tenho alimentado a ti e a teus filhotes de muitas ninhadas, por que me maltratas?

O japó assustou-se, porque não sabia que plantas podiam falar, deu dois pulos para os talos mais altos e respondeu:

- Como te maltrato, se só como frutos maduros, teus e de outros mamoeiros, e espalho sementes por toda essa beira de Rio Solimões, das várzeas do Arapapá à Costa do Barroso?

- Derrubas meus frutos verdes e minhas flores, quebras meus talos.

- Meu velho mamoeiro, caso não saibas, tu és mamão macho, por isso teus frutos são pendurados em uma corda. As tuas flores, que pareço derrubar com o simples toque de meu bico, não têm outra função senão trazer o pólen, que carrego no meu bico e vou fertilizar outros mamoeiros.

O velho mamoeiro agradeceu ao japó dourado e pediu desculpas. Agradeceu a Tupana, porque lhe deu voz para manifestar seu lamento e tirar suas dúvidas.

Desde então, o Japó Dourado continua a comer dos frutos do velho mamoeiro e alimentar seus filhotes que vivem no ninho em forma de meia, feito com capim trançado, no alto da samaúma.

O mamoeiro nunca mais chorou lágrimas cor de leite, ao ter um talo quebrado ou flores jogadas ao chão.


(Conto de autoria do preceptor de Sanjaya, publicado em 11 de abril de 2009)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os cuidados com Sanjaya


O pastor de Shetland é um cão pequeno, mesmo quando adulto, Sanjaya, tem treze meses e pesa onze kilos, bem mais leve que um cocker spaniel macho da mesma idade. É um animal muito peludo, diria mesmo que lanoso em algumas partes do corpo. 
Da alimentação
Tem hábitos alimentares espartanos, Sanjaya come sua ração seca, algo em torno de 60 a 70 gramas por dia, e não perde um único grão, bebe bastante água, sendo necessário abastecer e renovar água várias vezes por dia. Ele come bem frutas, quando sente o cheiro se faz presente e pede. Gosta de manga, melancia, abacaxi, uva (abrimos a fruta), melão, morango, e toma açaí. Se receber carne crua come bem, mas evitamos dar. Ele come peixe mas todas as vezes ficou passando mal e devolveu o bolo alimentar.
Dos pelos
Sanjaya não precisa de tosa dos pelos, requerendo apenas uma ou duas escovas na pelagem, para evitar nós. Usamos dois instrumentos: um pente de aço, de pontas esféricas, para alcançar a raiz dos pelos; uma escova de aço de fios finos, para arrumação dos pelos e retirada de pelagem morta.
Das unhas
Sanjaya não desgasta as unhas em pisos abrasivos, assim tem que periodicamente cortar as unhas, inclusiva os ergots (unhas de lobo), mas é um Deus nos acuda! Não gosta nem um pouco.
Do banho
Sanjaya toma pouco banho, embora adore brincar com água, seja da chuva, de uma poça, ou de uma mangueira de jardim. Não há uma periodicidade religiosa nos banhos de Sanjaya, só o fazemos quando o sentimos o pelo empoeirado ou ficando encardido. O banho consiste de água corrente, shampu neutro e muita água, após é enxugado com uma toalha e passa pelo secador de cabelo (essa última parte ele não gosta). Após o banho fica com um humor maravilhoso, embora seja sempre um cão amável.
Cocô e xixi
Sanjaya aprende tudo muito rápido e ainda filhote aprendeu a fazer cocô e xixi em tapetinhos, que são trocados uma vez por dia. A compra dos tapetinhos, em Manaus, é uma odisséia, pois a maioria das marcas é para cães mini.
Dos exercícios
Como Sanjaya passa todos os dias úteis da semana em um apartamento, e só vai para a fazendinha nos fins de semana, foi necessário o uso de esteira para ele exercitar-se diariamente e gastar energia, caso contrário ele cria circuitos de obstáculos na casa e faz diversas corridas a alta velocidade, o que é muito bonito de ver mas ele pode machucar-se. Faz 15 a 30 minutos de esteira em alta velocidade.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Imagens do Mundo de Sanjaya, dezembro

Em dezembro começam as chuvas no Mundo de Sanjaya, e é uma profusão de flores e frutos. Os pássaros e animais terrestres abusam da fartura

acima as flores do jovem tamarindeiro

o peso das acerolas faz os galhos vergarem

abundância de acerolas

acerolas em detalhe

acerola com caruncho, ficou mais bela

os órfãos de mini porco seguindo a mana

detalhe dos órfãos

mangueira haden (com frutos) plantada pelo preceptor de Sanjaya a três anos

detalhe das flores e vingas de haden

será uma grande safra de limão thaiti, plantados a três anos pelo preceptor de Sanjaya

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Bacalhau de tucunaré ao palmito do Chef Sanjaya


Bacalhau não é um tipo de peixe, é um processo de conservação. O preceptor de Sanjaya, hoje preparou três magníficas terrinas. Vejam:
   1 tucunaré fresco de 3 kilos
   1 palmito de pupunha no caule
   1 maço de caruru
   2 tomates
   2 cebolas
   2 pimentões verdes
   6 pimentas de cheiro
   3 ovos 
   3 limões 
   azeite de oliva
Como fazer:
Tira-se as duas bandas do tucunaré, deixando a cabeça e espinhaço para fazer uma cadeirada em outra ocasião. No lombo do peixe (alguns chamam filé, mas não é filé) dá-se alguns cortes profundos à distância de 3 cm de distância um do outro. Passar (sem esfregar) generosa quantidade de sal grosso. Deixar em um recipiente aberto, para desidratar por pelo menos 4 horas, escorrendo a água que exuda do peixe.
Lavar o peixe apenas com água corrente e por a cozinhar com um dente de alho amassado. Depois que levantar a fervura aguardar só 5 minutos, para o peixe não ficar quebradiço. Escorrer e deixar esfriar.

Ao mesmo tempo em que o tucanaré é desidratado pelo sal grosso, o palmito de pupunha deve ser tirado do envólucro que a natureza lhe deu, cortado em grandes pedaços e posto a cozinhar com leve quantidade de sal grosso (nunca use sal fino para temperar sua comida, o sal grosso dá mais sabor). Depois de levantar a fervura deixe no fogo por mais 10 minutos,  esfriar na própria água onde cozinhou, depois escorra.

Corte em pequenos pedaços as verduras e o palmito. Misture as verduras e deixe o palmito à parte. Rasgue, com a mão (não use garfos e facas), o tucunaré cozido, tendo a cautela de eliminar alguma espinha e a pele. Os pedaços de peixe não devem ser muito pequenos. 

Monte a terrina de vidro (de metal também serve, mas no vidro fica mais bonito) com uma camada de verduras (misturadas) ao fundo, uma generosa camada de peixe, uma camada  de palmito, uma leve camada de verduras, enfeite com rodelas de ovo e rodas de limão.

Antes de levar ao forno de gás, elétrico, ou mesmo microondas, deitar uma porção de azeite de oliva. deixar no forno por dez minutos após verificar a ebulição dos líquidos.

Servir com nada. É uma delícia! E sai do lugar comum de comer tucunaré frito, escabeche ou caldeirada.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Solidariedade canina


Quem disse que o mundo é do jeito que você pensa? Assim estão alinhadas as posições de Dom Juan Matus (Castaneda) e Dersu Usala (Kurosawa), porque se o primeiro fez a pergunta, o segundo chamava humanos, ratos e tigres siberianos de "gentes".
Centenas de pessoas ficaram sem teto e sem nada no incêndio que devastou uma favela em Manaus, no dia 27 de novembro de 2012 - a Comunidade Arthur Bernardes - e centenas de cães, gatos e outros animais de estimação ficaram ao abandono, sem abrigo, sem comida...
Como diria Vandré: prá não dizer que não falei...